Mercados vetam o uso de sacolas plásticas em Jundiaí
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Mercados vetam o uso de sacolas plásticas em Jundiaí


Nos supermercados de Jundiaí, as pessoas não saem mais carregando inúmeras sacolinhas plásticas. As compras vão em caixas, sacolas retornáveis – como as de pano – ou em poucas sacolas biodegradáveis, feitas com amido de milho.O motivo: a prefeitura fez um acordo com a grande maioria dos mercados para que eles deixassem de oferecer sacolas plásticas comuns. “Não é uma exigência legal, fizemos uma parceria”, ressalta o prefeito Miguel Haddad (PSDB). Segundo ele, um dos aspectos mais importantes foi realizar uma grande campanha de conscientização antes de implantar o projeto.
“Para nossa surpresa, a aceitação foi ótima. Há alguma reclamação aqui e ali, mas o desconforto é mais no início”, afirmou o prefeito.Para aumentar a consciência dos clientes e evitar desperdícios, as sacolinhas biodegradáveis custam R$ 0,19 cada uma – o preço de custo. Também por conta disso, os consumidores rapidamente se acostumaram a levar sacolas de casa.“Quase ninguém tem comprado as sacolinhas. Estamos vendendo o equivalente a apenas 5% do que distribuíamos antes”, conta Orlando Marciano, diretor-presidente da rede Coopercica. Para ele, isso não é um ponto negativo: “Nosso negócio não é vender sacola. Antes, as pessoas levavam para casa muito além do necessário”.
Ele também tem recebido poucas críticas ao novo sistema e acha que a ideia vai se espalhar por todo o Brasil. “Achei que teríamos um problema maior, que as pessoas ficariam insatisfeitas. Mas passamos muito tempo conversando e explicando a mudança aos clientes”, diz.Agora, em vez de vender as caixas de papelão para reciclagem (o valor pagava metade das sacolinhas compradas), ele as dá para os consumidores.Outra opção oferecida em alguns mercados são cestas de plástico que se acoplam no carrinho de compras e, depois, servem para levar os produtos para casa. Elas custam R$ 15 cada uma e têm capacidade para 12 quilos.

Só o começo.

Em vários países, entre eles Alemanha, Polônia e Argentina, é comum a cobrança pelas sacolinhas plásticas. Segundo a campanha “Saco é um Saco”, do Ministério do Meio Ambiente, desde 2002 os clientes pagam pelas sacolas na Irlanda – com isso, houve uma redução de 97% no consumo. Na China, o governo proibiu a distribuição gratuita de sacolinhas em 2008.Edivaldo Bronzeri, vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), afirma que o projeto de Jundiaí vai se espalhar pelo Estado e, quem sabe, pelo Brasil. De acordo com ele, Piracicaba, Sorocaba, Bauru e Monte Mor estão prestes a aderir.
Em São Vicente, o projeto começa em janeiro. Foram dadas palestras para os feirantes de Jundiaí, e Bronzeri também apresentou a iniciativa em Belo Horizonte (MG).Para não infringir nenhuma lei, ele conta que a entidade pediu a orientação do Procon. A recomendação foi de avisar os consumidores 90 dias antes de parar de oferecer sacolinhas gratuitas. “
Ficamos cerca de 30 anos fornecendo sacolas de graça, era um contrato implícito com o consumidor.”
As sacolas biodegradáveis custam em média dez vezes mais que as convencionais. A sacola usada em Jundiaí é também chamada de compostável – ela pode virar adubo. “Os micro-organismos presentes no solo proporcionam em poucos meses a biodegradação completa, resultando somente em água, gás carbônico e biomassa, sem deixar resíduos nocivos ao meio ambiente”, afirma a Extrusa-Pack, que produz as sacolas.Segundo Gisele Barbi, gerente comercial da empresa, as sacolas se degradam em 180 dias. As sacolas plásticas comuns levam mais de um século. Isso não significa, entretanto, que a sacola biodegradável não tenha impactos ambientais. Ela ainda tem em sua composição derivados do petróleo – que provocam emissões de gases-estufa e as mudanças climáticas.
“O benefício desse produto é que ajuda a balancear o ciclo de carbono por ter em sua composição matéria-prima de fonte renovável (o amido de milho)”, diz a empresa. Para Gisele, essas sacolas também são mais apropriadas para colocar o lixo orgânico, pois facilita a decomposição dele em vez de funcionar como uma “cápsula protetora”.



Fonte:http://www.estadao.com.br/




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