Novamente sobre a ida para a Lua
Ciência e Tecnologia

Novamente sobre a ida para a Lua



A edição de hoje da Folha de São Paulo publica uma entrevista com o ex-engenheiro chefe do JPL (Laboratório de Propulsão à Jato) Brian Muirhead, que esteve envolvidos nos principais projetos da NASA nos últimos anos. Nessa entrevista ele comenta sobre vários assuntos, em particular sobre a volta de astronautas para a Lua em 2015. Um dos problemas é, sem dúvida, a garantia de orçamento, pois será necessário desenvolver um novo foguete lançador e a própria espaçonave para a viagem. Uma das justificativas dessa empreitada é também desenvolver tecnologias necessárias para a viagem até Marte. É claro que também existem as justificativas científicas para uma viagem tripulada para a Lua, pois embora as missões robóticas sejam mais baratas elas não conseguem, ainda, ter a mesma eficiência do que um cientista trabalhando in-loco.
Um dos pontos mais interessantes da entrevista, na minha opinião, foi a resposta de Murihead a pergunta sobre o fato que embora a exploração espacial é um empreendimento caro, na época das missões Apollo, argumentava-se que elas gervam como subprodutos tecnologias que eram aproveitadas em laboratórios e fábricas na Terra. O jornalista perguntou se isso ainda acontece. A resposta de Muirhead foi:

"Não. Acho que hoje não é mais como na época da Apolo. A exploração espacial não está mais liderando a tecnologia como naqueles dias. As aplicações comerciais é que estão guiando a tecnologia agora, e nós é que estamos tentando usar boa parte delas. Mas hoje, nós do "ramo" da exploração -que oferece algo que ninguém mais faz- criamos uma oportunidade única para engajar as pessoas e dar estímulo a elas para se tornarem engenheiros e cientistas. Achar coisas novas e ir para novos lugares faz parte do espírito humano. Acho que essa, na verdade, é nossa grande contribuição."

Achei esse argumento muito interessante, pois ele remete a importância de se fazer ciência básica. Incentivar as pessoas a fazerem descobertas e se tornarem pesquisadores altamente competentes. Esse é, sem dúvida, um dos maiores retornos que esse tipo de pesquisa dá. Formar pessoas estimulando-as a resolverem desafios inusitados. Aqui no Brasil, quem trabalha com Ciência sabe o quanto é preciso justificar as aplicações tecnológicas imediatas de pesquisa básica, ou quanto se cobra que as universidades desenvolvam prioritariamente tecnologia. O papel fundamental da ciência básica é formar gente. Esse é o bem mais valioso que uma nação pode ter.

Quem quiser ler a entrevista completa ela está nesse endereço, infelizmente, apenas para assinantes:









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