A excelência em sustentabilidade ambiental está cada vez mais presente nas grandes obras no planeta. Além de ter virado uma exigência da sociedade, a questão também é apontada como moeda de troca das grandes empreitadas deste século. A Fifa, por exemplo, criou o Green Goal Program, com o objetivo de identificar possíveis impactos ambientais dos estádios na Copa do Mundo, além de exigir tecnologias renováveis. A demanda ocorreu na África do Sul, neste ano, e vai acontecer no Brasil, em 2014. Apesar de o foco na arena pernambucana para o Mundial ser basicamente sobre o andamento da obra milionária ou a negociação com os grandes clubes do Recife, o projeto também prevê a utilização de novas tecnologias autossustentáveis. Uma delas será inédita em escala mundial.
Após cinco anos de desenvolvimento, a Braskem - braço petroquímico da Odebrecht, que lidera o consórcio da arena local - finalmente criou cadeiras de plástico produzidas a partir de um material bem diferente do petróleo, matéria-prima utilizada há decadas. Os 46.214 assentos do estádio em São Lourenço da Mata serão feitos a partir da cana-de-açúcar. Mais verde e mais pernambucano, impossível.
O plástico verde (biopolietileno) é resultado de um processo a partir da desidratação do etanol proveniente da cana-de-açúcar, gerando uma matéria-prima 100% renovável. Até a produção deste plástico é mais limpa, com uma redução no nível de dióxido de carbono na atmosfera. A primeira versão do produto - que vem sendo utilizado na indústria automobilística e de cosméticos - foi lançada em junho de 2007. No ano seguinte, foi utilizado na concepção do troféu do GP do Brasil de Fórmula 1, em uma peça desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Agora, com o certificado internacional de reconhecimento da eficácia, a Odebrecht vai implantar a ideia no estádio. A primeira indústria da empresa para este fim, orçada em R$ 500 milhões, está sendo construída no Rio Grande do Sul e começará a operar em 2011.Em Pernambuco, essa nova cadeira- que apesar do nome "verde" numa referência ecológica terá, na verdade, a cor vermelha - será o ponto alto do projeto sustentável da arena. O estádio conta ainda com medidas sócio-ambientais mais conhecidas, como o uso de energia solar, reaproveitamento de água, soluções de ventilação e tratamento de esgoto, uma vez que o estádio ficará muito próximo ao Rio Capibaribe, que contorna o terreno de 270 hectares.
Tudo isso foi necessário para que o comitê local conseguisse, antes do início das obras, a Licença em Energia e Design Ambiental (LEED, sigla em inglês), exigida pela Fifa. A certificação para edifícios sustentáveis é emitida pelo Conselho Norte-americano de Construções Verdes (USGBC, sigla em inglês). O estudo sobre a racionalização de recursos existe desde 1998 e já aprovou cerca de 14 mil projetos no mundo."A durabilidade desse novo plastico é idêntica do plástico tradicional, mas com uma produção limpa, que utiliza energia renovável. Com isso atendemos aos critérios da Fifa, e vamos além, fazendouma arena sustentável.
Será um local que não vai tratar o público como torcedor, mas como cliente", diz o diretor de engenharia da Odebrecht, José Érico, que ressalta ainda a preservação de 600 mil metros quadrados de área verde no local. "Essa área verde será recuperada. Com tudo isso, queremos fazer um local que receba visitas durante a semana, como um museu, num ambiente familiar", afimou o diretor. Dos canaviais da Zona da Mata para a arquibancada, o passo pioneiro de responsabilidade ambiental da Copa no estado.
Fonte:http://www.pe.superesportes.com.br
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