Ciência e Tecnologia
Delírios do evolucionismo para extinguir o homem com ares de progresso (6 e fim)
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Richard Dawkins, líder da militância atéia evolucionista hodierna |
continuação do post anterior
O pesadelo da confusão das espécies
Para os evolucionistas mais desinibidos, a “vida inventada de cabo a rabo” mergulhar-nos-ia no “paraíso da biodiversidade”.
Este consistiria numa utopia igualitária onde as fronteiras entre o homem e os demais seres vivos seriam violadas, para aparecer toda sorte de híbridos: macacos-homens ou animais-vegetais.
Richard Dawkins, o mais renomado porta-voz hodierno do evolucionismo, deplora que “nossa moral e nossa política pressupõem [...] que a separação entre o homem e o animal é absoluta”.
Ele deblatera contra os “pró-vida”, que se opõem ao aborto e à eutanásia com base em critérios éticos, como sendo seguidores especialmente condenáveis desse “erro”.
Dawkins também vitupera os católicos porque acreditam que o homem tem uma essência imutável: “Um tal ‘essencialismo’ é profundamente contrário à evolução”.
Dawkins imagina um perverso “paraíso” em que todos os animais tivessem relações sexuais entre si, e em que um homem pudesse “se reproduzir com um chimpanzé”.
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Nos laboratórios preparam-se "seres híbidros" até agora nunca imaginados |
Reconhece que tal “paraíso” — nós o chamaríamos de pandemônio — não existe, mas de futuro as ciências biológicas poderão forjar “cadeias de inter-fecundidade, a continuidade lógica da evolução”.(16)
Ele prevê um primeiro passo: a criação em laboratório de “
uma quimera composta de um número aproximadamente igual de células de homem e chimpanzé”.
A revelação dessa “quimera” visaria provocar um escândalo e uma polêmica na qual os homens seriam habituados à idéia de conviver com entes estranhos à ordem natural.
“Eu admito sentir um calafrio de prazer, pensando no momento em que vamos questionar aquilo que até então parecia indiscutível” – completa este moderno Dom Quixote do darwinismo.
Justificação evolucionista para a extinção do ser humano
Aceitas essas perspectivas, os arraiais do evolucionismo se interrogam se está próxima a “extinção da humanidade” como nós a conhecemos.
O ecólogo americano Jared Diamond justifica tal suprema maluquice, apelando para os “dogmas” básicos do evolucionismo. Estes estabelecem — sempre arbitrariamente — que ao longo das fases históricas diversas espécies de humanóides foram extintas pelas espécies mais “evoluídas”.
Agora teria chegado a vez do “homo sapiens”, ou sexta extinção. “Todos os indicadores da biodiversidade mostram que o trem rumo à sexta extinção já se lançou a toda velocidade”, diz o prof. Philippe Bouchet, do Museu Nacional de História Natural de Paris.(17)
O darwinismo avançou na base de hipóteses inverossímeis, mas prenhes de otimismo quanto ao progresso evolutivo.
No fim do seu desenvolvimento, desemboca num horizonte exterminador, mórbido e blasfemo.
Não contêm essas perspectivas uma loucura ímpia, um supremo crime que visa suprimir da Terra o homem que Deus Nosso Senhor criou à sua imagem e semelhança?
Delírio final: o “pós-humano” e o fim do homem
Imaginam esses neo-darwinistas que o homem extinguir-se-ia pelas suas próprias mãos. Não seria um suicídio coletivo impensável, como dizem os retardatários na evolução, mas sim um salto qualitativo.
O que isso quer dizer?
Para os evolucionistas mais atualizados, os avanços das biotecnologias teriam colocado sobre a Terra o “pós-humano”, antes da extinção coletiva.
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Híbridos de homem e máquina seriam a raça do futuro |
O filósofo Jean-Michel Besnier, professor da Sorbonne-Paris IV, explica que o “pós-humano” “
começou com a idéia de acabar com o determinismo dos nascimentos, pela
aparição da pílula e do bebê de proveta”, e acrescenta nessa linha a
procriação assistida, a gestação em laboratório e a clonagem humana:
“A utopia pós-humana imagina o fim da história natural da humanidade, tal como foi elaborada pela evolução. No fundo, essa utopia pretende [...] assumir a função da natureza”.
Besnier acrescenta ainda que:
“o protótipo [do “pós-humano”] é o cyborg aparecido nos anos 60, [...] organismos biomecânicos dotados de próteses, vivendo em condições não-terrestres, dotados de faculdades novas que superam os limites humanos. Cyborgs, novos seres, que não evoluirão mais segundo as leis dos seres vivos”.
Escritores saídos de laboratórios de nanotecnologias, inteligência artificial e cibernética “se perguntam quais criaturas inumanas vão nos suceder, e imaginam formas de vida radicalmente inéditas”.(18)
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A "cultura da morte" imagina tudo, mas não tolera o homem sendo filho de Deus |
Essa multidão de robôs semi-biológicos cessará, sem dúvida, quando não haja mais humanos para consertá-los. A menos que se suponha que alguma espécie de espírito virá a se incubar neles, alegando ser uma inteligência artificial...
Ao contrário de uma hipótese realizável, essas elucubrações parecem um sonho concebido nos abismos infernais, visando frustrar o plano do Criador de todas as coisas para os homens.
“Abyssus abyssum invocat” (“Um abismo atrai outro abismo”, salmo 41, 8), diz a Escritura. A falácia desse “pós-humano”, supremo produto do evolucionismo, disfarça o horror resultante do aniquilamento do gênero humano como auge da recusa de Deus, que é o desfecho lógico da “cultura da morte”.
Na civilização cristã, o reto progresso natural e sobrenatural
No fim deste percurso de pesadelo, procurei repousar meu espírito em algo que falasse do desenvolvimento harmonioso do plano da Providência Divina em relação ao homem e ao universo.
Encontrei-o contemplando estátuas de catedrais góticas francesas: o Beau Dieu de Amiens, Nossa Senhora de Chartres, o anjo do sorriso de Reims, a miríade de santos e anjos que ornam essas admiráveis sínteses artísticas da visão católica do universo, gravados na pedra em tempos de fé.
Se houve artistas que esculpiram tais fisionomias, tão plenamente humanas e tão luminosamente sobrenaturais, é porque na vida real havia homens e mulheres que eram exemplos vivos dessas riquezas de personalidade.
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Anjo na catedral de Reims |
Aqueles rostos graves e sorridentes, austeros e acolhedores, transluzem uma plenitude de desenvolvimento das potencialidades da alma, e também do corpo, própria de quem está a caminho da glória celeste, avançando numa senda de progressivas certezas em busca do que há de mais requintado nesta Terra, rumo à perfeição posterior no Céu. Assim foi a marcha gradual da Cristandade.
Abandonadas as trevas do paganismo, vencidos os obstáculos e fraquezas, corrigidas as faltas, a civilização cristã fez brotar no mais fundo das almas tesouros inefáveis de paz, requinte, beleza, harmonia e perfeição moral e física.
Tais tesouros apontavam para além, na linha da plena realização dos mais nobres anseios de alma.
Aquela marcha medieval foi bruscamente interrompida pelo processo revolucionário – gnóstico, igualitário e sensual – já muitas vezes secular, que nos trouxe fenômenos perversos como o darwinismo e seu desenlace de destruição e pesadelo.
São dois caminhos opostos, dois rumos diametralmente opostos.
Notas:1. http://www.cathnews.com/article.aspx?aeid=9362.2. In “Darwin. L’évolution, quelle histoire!”, hors-série de “Le Monde”, Paris, abril-maio 2009, p. 68. Todas as citações de Charles Darwin reproduzidas neste artigo provêm da mesma fonte.3. Id. ibid., p. 11.4. Id. ibid., p. 59.5. Id. ibid., p. 14. 6. Cfr. http://www.msnbc.msn.com/id/29535870/, 05/3/09.7. Id. ibid, p. 60.8. “O Estado de S. Paulo”, 3-7-09.9. São Pio X, Encíclica Pascendi Dominici Gregis”, 8 de setembro de 1907.10. A 30 de junho de 1962, o ex-Santo Ofício — hoje, Congregação para a Doutrina da Fé — publicou uma advertência nos seguintes termos: “Certas obras do Pe. Pierre Teilhard de Chardin, incluindo algumas póstumas, têm sido publicadas e encontrado uma aceitação nada pequena. Independentemente do juízo que é devido no que se refere às ciências positivas, verifica-se claramente que, em matéria de Filosofia e de Teologia, as mencionadas obras contêm tais ambigüidades e também erros tão graves, que ofendem a doutrina católica. Por conseguinte, os Excelentíssimos e Reverendíssimos Padres da Suprema Congregação do Santo Ofício exortam todos os Bispos e os Superiores dos Institutos Religiosos, bem como os Reitores dos Seminários e das Universidades, a protegerem os espíritos, em particular os dos jovens, dos perigos das obras do Pe. Teilhard de Chardin e das dos seus discípulos” (cfr. “L’Osservatore Romano”, 30-6-62; cf. AAS 54 (1962), p. 526.). Por ocasião do centenário do nascimento de Teilhard de Chardin, a validade dessa advertência foi reiterada em nota do Ofício de Imprensa da Santa Sé, publicada no “Osservatore Romano” de 21 de julho de 1981, após consulta ao Cardeal Secretário de Estado e ao Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. 11. “New York Daily Tribune”, 22 de março de 1853, http://www.marxists.org/archive/marx/works/1853/03/04.htm12. Karl Marx, “Die Neue Rheinische Zeitung”, janeiro de 1849, in “Journal of the history of ideas”, vol. 42, nº 1, 1981; http://www.churchinhistory.org/pages/booklets/roots%28n%29-2.htm. 13. “Le Monde”, id. ibid, p. 9.14. Id. ibid., p. 56.15. Id. ibid., p. 85.16. Id. ibid., p. 91.17. Id. ibid, p. 92.18. Id. ibid, p. 94.(Fonte: Catolicismo nº 704, Ano LIX, setembro 2009).
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