É possível fazer plástico sem usar petróleo?
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É possível fazer plástico sem usar petróleo?



Sim! Os bioplásticos são plásticos produzidos a partir de matérias-primas renováveis como o amido de milho, batata, mandioca,a cana-de-açúcar, soja e mamona.Esse material é tão versátil quanto os derivados de petróleo, podendo se transformar tanto em plásticos duros como em versões que parecem borracha. A grande vantagem dos bioplásticos é que eles se decompõem muito mais rápido, não emporcalhando o meio ambiente por dezenas de anos.
"As bactérias decompositoras não têm enzimas para digerir os polímeros feitos a partir do petróleo. Já os bioplásticos são bem mais familiares para elas", afirma a pesquisadora Marilda Taciro, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) .Enquanto um plástico feito de petróleo leva em média 40 anos para se decompor, os bioplásticos demoram no máximo três. Segundo o IPT, em 2007 cerca de 270 mil toneladas de bioplásticos eram fabricados por ano e, até 2015, a produção pode chegar a 1 milhão de toneladas.

Por que o plástico petróleo baseado demora tanto tempo para desaparecer na natureza?

A principal razão é que a natureza ainda não sabe como se livrar dele. "Bactérias e fungos que decompõem os materiais não tiveram tempo de desenvolver enzimas para degradar a substância", afirma a engenheira química Marilda Keico Taciro, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O plástico petróleo baseado é um material novo na natureza - o primeiro modelo surgiu só em 1862, criado pelo britânico Alexander Parkes. Cada uma de suas moléculas possui centenas de milhares de átomos, principalmente carbono e hidrogênio. Como as ligações entre os átomos são muito estáveis, os decompositores não conseguem quebrar o material em partes menores para destruí-lo. Resultado: alguns tipos de plástico, como o PET, usado em garrafas de refrigerantes, levam mais de 200 anos para desaparecer.
"Com a evolução, os microorganismos devem se adaptar, mas isso pode levar milhões de anos", diz o biólogo José Gregório Cabrera Gomes, também do IPT. Por isso, o descarte de plásticos é uma grande dor de cabeça para os ecologistas do século XXI. O material produz gases tóxicos ao ser queimado e tem reciclagem complicada, porque não se pode misturar diferentes tipos de plástico. O jeito é desenvolver modelos biodegradáveis como o PHB, que, em aterros sanitários, se decompõe em apenas seis meses.

Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/



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