A idéia é estabelecer uma pequena colônia no pólo sul da Lua. A escolha do pólo como local é por conta das temperaturas mais amenas e da maior exposição à luz solar, vital para a geração de energia. Com a energia elétrica será viável a produção de hidrogênio e oxigênio. Esses elementos são considerados indispensáveis para a estadia na Lua, pois são utilizados como combustível nos foguetes e na produção de água.
A partir desta base lunar seria possível enviar astronautas para Marte e, em um futuro distante, para outros planetas do sistema solar. Inicialmente a base começaria com uma tripulação de quatro pessoas, que fará várias estadias de uma semana até que os módulos de habitação e de fornecimento de energia elétrica permitam missões mais longas que poderão ter até 180 dias.
Entretanto, a viabilidade técnica desse projeto ainda é discutível uma vez que muitos desafios deverão ser superados. Um, em particular, é a construção de um novo veículo que leve tanto os astronautas como os equipamentos até a Lua. O custo do projeto ainda não foi totalmente estimado.
Ontem, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o astronauta americano Edwin Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, defendia essa iniciativa do governo Bush, mesmo que para isso fosse necessário cortar as verbas de projetos científicos em andamento. Segundo o físico Adilson de Oliveira, do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos, essa atitude não agradou a comunidade científica, pois o projeto de volta para a Lua pode ter custos muito elevados e pouco retorno tecnológico e científico.
Para Oliveira embora exista um apelo para as viagens espaciais tripuladas talvez essa não seja a melhor forma de explorar o sistema solar, tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista científico. “Enviar pessoas para o espaço além de ser caro envolve muitos riscos.” Investimentos direcionados de forma mais inteligente poderiam trazer mais rapidamente retorno e poderiam viabilizar futuramente viagens tripuladas mais seguras e eficientes, ressalta Oliveira. “Contudo, o feito de mandar novamente astronautas para a Lua terá uma repercussão política muito maior.”
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Os interessados em conhecer algumas “visões” de como poderia ser a colonização da Lua, acessem os desenhos publicados no site BBC Brasil. Eles mostram algumas impressões, entre elas visões um pouco mais contemporâneas, como arranha-céus com cápsulas protetoras. Em outra, haveria uma base habitada com um grande tubo para o envio de cargas à Terra. Acesse o link Mundo da Lua.