Nanotecnologia, origem da vida, câncer. Esses foram os temas tratados nas edições anteriores desta revista digital que, desde sua concepção, tem o objetivo de reportar assuntos ligados ao meio científico. Mas, o que se entende por ciência? O que não pode ser caracterizado como científico e por quê? A ciência sofre modificações? Esses são alguns dos assuntos que nos propomos a refletir na edição da Click Ciência de março de 2007.
O que é a ciência é o tema da primeira reportagem desta edição: "O saber científico". Nela, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) descrevem suas visões sobre o sentido da ciência e a de um grande pensador grego, Platão. Relatam os paradigmas que definem, entre outros, a forma de fazer ciência. Também neste texto o leitor encontrará uma breve divisão da história da ciência.
Em "Ciência e sociedade" há uma descrição dos momentos em que as ciências começaram a ser vistas pela sociedade como ferramentas de desenvolvimento e progresso. Pesquisadores relatam esses momentos em três importantes áreas da ciência: física, biologia e química. Entre esses acontecimentos destaca-se a descoberta do potencial de se fabricar antibióticos em larga escala, no século passado. Também descobrirá um dos motivos que ocasionaram o atraso científico brasileiro.
O texto "O não-científico" relata a história da astrologia e os motivos que fazem com que ela não seja caracterizada como um conhecimento científico. E na reportagem "O que mudou na ciência?" o pesquisador da UFSCar Luiz Carlos Gomide de Freitas descreve, na sua visão, as modificações sofridas pela ciência, como na forma de desenvolver o conhecimento científico e no tempo em que as descobertas são realizadas.
O entrevistado do mês é o professor Sérgio Mascarenhas, de São Carlos. Ele é reconhecido como um importante cientista brasileiro e suas descobertas beneficiaram não apenas a pesquisa no Brasil, como também no exterior. Mascarenhas nos dá sua definição de ciência, fala de algumas de suas descobertas, da dinâmica nesta área, dos seus estudos em Hiroshima com a dosimetria. O físico também opina sobre a influência da ciência na sociedade.
Em Artigos o professor Sílvio Renato Dahmen do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul relata a importância da história para a ciência e a influência que ela exerce nas ciências ditas duras: física, química ou matemática. Dahmen também descreve sua visão sobre ciência e, principalmente, da ciência coletiva. Ele separa a chamada “história” da ciência em duas categorias: a história daqueles que fizeram ciência e a das idéias científicas
O leitor também poderá conhecer um pouco mais do mundo do cientista – esse descrito de forma bem distinta do que muitas pessoas acreditam ser. Descobrirá os caminhos que devem ser trilhados para ser um cientista; dos esforços necessários. Em "Quem é o cientista?", o colunista
E, na seção Resenhas, o professor Paulo César de Camargo da Universidade Federal do Paraná faz um relato do livro "O Mundo Assombrado pelos Demônios. A Ciência Vista como uma Vela no Escuro". O livro indicado nesta edição é de autoria de Carl Segan e foi publicado em 1995. Segundo Camargo, a obra procura mostrar que o uso do método científico, que envolve ceticismo e admiração, é um estado de espírito fundamental para compreendermos o mundo físico em que vivemos, buscando-se sempre a luz ao invés de praguejar contra a escuridão.
Fazer esta edição sobre ciência fez com que a equipe desta revista digital se impusesse limites na abordagem do tema. Isso se deve por ele ser um assunto de ampla abrangência. Esses limites também incluem a não publicação de diferentes pontos de vista influenciados por algumas correntes. Esperamos que esta abordagem agrade, mesmo que não a todos, a maioria dos leitores e que sirva para esclarecer a influência que a ciência tem na sociedade.